Não se deixe impressionar pelo nome do trilho!… Por ele circularam em tempos, pessoas e animais de carga e os funerais que levavam horas até ao seu destino, a igreja de Merufe. A parte do trilho entre a Capela da Nª Senhora dos Passos e o núcleo populacional do Arado, sempre a par da ribeira de Sucrasto, é simplesmente maravilhosa. Uma vereda de carvalhos, ladeada por muros de pedra onde o musgo toma o lugar das pedras nuas.
A Festa do Espumantefaz parte do calendário de festividades de Melgaço e terá este ano a sua 3ª edição, sendo já uma referência obrigatória para todos os apreciadores dos espumantes com base na casta Alvarinho. Uma festa que pretende ser uma montra do que de melhor se faz, em termos de produtos regionais, tais como os enchidos, o queijo ou a doçaria, para além dos vinhos de excelência. É todo um mundo ligado à gastronomia de excelência que vos proponho descobrir, num evento organizado pela C.M. de Melgaço e Essência do Vinho.
Sabia que o recém-criado Geoparque Litoral de Viana do Castelo acaba de ganhar o prémio Geoconservação 2016 da Associação Europeia para a Conservação do Património Geológico (ProGEO)? O mais recente Geoparque nacional conta-nos a história da evolução da zona litoral a norte da cidade de Viana do Castelo com base em seis geosítios de excecional importância científica, e onde podemos encontrar “gotas” de magma, icnofósseis, ou gravuras rupestres, como aquelas que podemos observar no Alcantilado de Montedor. Uma paisagem modelada por diferentes momentos da evolução geológica e marcas que remontam de há mais de 500 milhões de anos. Modelada também pelo homem da Idade Média a quem se deve a construção das “pesqueiras” existentes nos interstícios das formações rochosas, com recurso a pedras soltas que deixavam passar o peixe na subida da maré e o prendiam na maré baixa, ou as pias salineiras escavadas nas rochas.
A orientação diversificada do relevo, as variações bruscas de altitude e o entrelaçar das influências climáticas dão origem a uma infinidade de microclimas. Estes, associados à constituição essencialmente granítica do solo e à ação construtiva do homem ao longo de séculos, criam características botânicas e paisagísticas muito particulares a esta zona, denominada de “pequeno Tibete português” pela beleza dos seus característicos socalcos. Nas encostas dos vales mais quentes e abrigados aparecem, entre outras, o Sobreiro, o Medronheiro, o Azereiro, o Feto do Gerês, o Feto Real e a Uva do Monte. Nas zonas onde se sente mais a influência do clima atlântico e em altitudes que podem ir até aos 800 – 1000 metros surgem as matas de Carvalho Comum associado ao Azevinheiro que, para lá dos 1300 metros, toma por vezes porte arbóreo e constitui, nalguns casos, por si só, verdadeiras matas. Acima dos 900 metros o Carvalho Comum cede o lugar ao Carvalho Negral, ocorrendo também o Vidoeiro, espécie já característica da zona euro-siberiana, tal como o Pinheiro de Casquinha e o Teixo, localizados em altitude, nos vales mais húmidos e abrigados e representando restos de uma flora pós-glaciar onde é vulgar a presença do garrano.